O Benefício da Terapia Cognitivo-Comportamental na Tontura Persistente Postural-Paroxística
The Benefits of Cognitive Behavior Therapy in Persistent Postural-Paroxysmal Dizziness
Conteúdo do artigo principal
Resumo
INTRODUÇÃO: A tontura persistente postural-paroxística é uma entidade recentemente reconhecida, que engloba cerca de 10% dos doentes com queixas de tontura. O seu tratamento passa pela terapêutica farmacológica com inibidores seletivos da recaptação da serotonina, associada ou não a um programa de reabilitação vestibular. Tendo em conta a difícil gestão destes doentes e resistência ao tratamento convencional, coloca-se a hipótese do uso da terapia cognitivo-comportamental no tratamento desta patologia. O objetivo deste trabalho é determinar se existe benefício da terapia cognitivo-comportamental no tratamento da tontura persistente postural-paroxística.
METODOLOGIA: Foi realizada uma pesquisa usando as palavras-chave “persistent postural perceptual dizziness”, “cognitive behavioural therapy”, “phobic postural vertigo”, nas seguintes bases de dados: National Guideline Clearinghouse, Canadian Medical Association Practice Guidelines InfoBase, DARE - Database of abstracts of reviews of effectiveness, Evidence-Based Medicine e PubMed. Foram ainda incluídos artigos referenciados na bibliografia da pesquisa inicial.
RESULTADOS: Foram selecionados três artigos nas bases de dados. Foram incluídos dois artigos adicionais referenciados na bibliografia inicial. No total foram incluídos cinco artigos: dois estudos caso-controlo e três revisões de literatura.
DISCUSSÃO: É consistente o benefício da terapia cognitivo-comportamental como parte de uma abordagem multidisciplinar. Foram reportadas, nestes doentes, melhoria das queixas de tontura, ansiedade e depressão. Verificou-se ainda melhoria do controlo postural e diminuição da dose de medicação necessária. Os efeitos da terapia cognitivo-comportamental a longo prazo são ainda pouco consistentes.
CONCLUSÃO: A terapia cognitivo-comportamental parece ser uma opção terapêutica válida, em associação com outras medidas. Destaca-se a escassez de evidência científica nesta área, e a necessidade de estudos adicionais.