A Medicina Interna Perante os Desafios do Futuro dos Cuidados aos Doentes Crónicos
Internal Medicine Facing the Challenges of the Future of Care for Chronic Patients
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Resumo
A Medicina Interna está numa fase de crescimento determinada essencialmente pela modificação da demografia hospitalar, pela hiperespecialização e pela ameaça à sustentabilidade do sistema induzida pelos custos da inovação. Em Portugal, temos uma situação privilegiada no contexto europeu, porque soubemos preservar o carácter generalista da Medicina Interna, ao contrário dos países da Europa Central e do Norte, que optaram pela dupla titulação e onde a maior parte dos internistas tem uma subespecialidade médica. No entanto, a forma como nos organizamos atualmente para cuidar dos nossos doentes não é a adequada: nos hospitais necessitamos grandes departamentos para doentes médicos agudos geridos pelos internistas, a cogestão dos doentes nos serviços cirúrgicos deve ser implementada assim como unidades de Medicina Ambulatória, que reúnam os hospitais de dia, unidades de diagnóstico rápido, programas de hospitalização domiciliária e unidades de cuidados integrados, de forma a diminuir as admissões urgentes e criar alternativas ao internamento. A necessidade de internistas tem crescido mais rapidamente do que a sua formação, pelo que necessitamos mais internistas e uma maior valorização do nosso trabalho porque os internistas portugueses têm qualidade, são flexíveis, eficientes e multipotenciais; estas são qualidades cada vez mais necessárias para o futuro dos cuidados aos doentes crónicos.