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Avaliação das Necessidades Paliativas numa Unidade de Saúde Familiar
Assessment of Palliative Needs in Primary Care Unit
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Resumo
Introdução: A população portuguesa está em processo de envelhecimento, pelo que as necessidades paliativas deverão estar previsivelmente a aumentar. Uma das barreiras ao acesso atempado de cuidados paliativos é a dificuldade na identificação dos doentes que poderão beneficiar deles. Estes doentes estão sobretudo na comunidade. Assim, as equipas de cuidados de saúde primários estão na melhor posição para identificar doentes com potenciais necessidades paliativas.
O nosso objetivo foi avaliar as necessidades paliativas numa Unidade de Saúde Familiar (USF) do Concelho de Matosinhos.
Métodos: Estudo observacional transversal numa amostra de utentes com idade igual ou superior a 65 anos de uma USF do Concelho de Matosinhos, através da aplicação da escala de avaliação de necessidades paliativas – SPICT-PT™.
Resultados: A amostra foi constituída por 349 utentes, 56,4% do sexo feminino e 43,6% do sexo masculino. A mediana de idades foi de 74 anos. O grupo patológico mais prevalente foi do aparelho circulatório, seguido do grupo de doenças endócrinas e as doenças oncológicas. Foram identificados 25 (7,2%) doentes com necessidades paliativas. Estes apresentam uma mediana de idade superior assim como um grau mais elevado de dependência. Este grupo apresenta um número maior de doenças do aparelho circulatório, do foro psicológico e do foro oncológico. Dos doentes com necessidades paliativas, 6 (24%) estavam referenciados à equipa de cuidados paliativos.
Conclusão: A identificação de 7,2% de doentes com necessidades paliativas é semelhante à referida noutros estudos. O baixo número de referenciação de doentes com necessidades paliativas à equipa de cuidados paliativos pode dever-se a uma manifesta dificuldade dos médicos de família na identificação destes doentes ou ao facto de os doentes estarem sintomaticamente controlados e serem de baixa complexidade. A divulgação e aplicação da ferramenta SPICT-PT™ nos cuidados de saúde primários poderá ser uma mais-valia na melhoria da identificação destes doentes, conhecimento, prestação e planeamento de cuidados a vários níveis.
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